G-1RSVG8S7P3
top of page
Jardim público
BeeBlog_label_white.png

Aprender inglês muda o cérebro? Descubra os reais benefícios do bilinguismo.

Image by Shubham Dhage in Unsplash
Image by Shubham Dhage in Unsplash

O que a ciência diz sobre aprender inglês de verdade



INTRODUCÃO


Imagine essa cena: você está viajando, encontra uma placa em inglês que diz "Exit only entrance" e, por alguns segundos, trava. O inglês é estranho? Ou o mundo que anda confuso mesmo? A verdade é que, quando você domina duas línguas, algo muda: você passa a entender mais do mundo, mais das pessoas — e mais de você mesmo. Mas e o cérebro? O que a ciência tem a dizer sobre isso?

Antes de mergulhar no assunto, deixa eu contar duas coisinhas. A primeira é que esse papo sobre cérebro bilíngue não é exatamente novo pra mim. Lá em 2014, ainda na graduação e atuando em uma escola bilíngue bem conhecida, eu encontrei um curso online chamado The Bilingual Brain, da University of Houston — e, claro, fui atrás. Sempre fui curiosa sobre como o cérebro funciona quando lida com duas línguas ao mesmo tempo, e esse curso me ajudou a entender muita coisa.

A segunda: eu falo de um lugar de vivência. Tenho 46 anos agora em 2025, ensino desde 2001, e comecei a estudar inglês bem nova. Mais que professora, sou usuária ativa do idioma: ensino, leio, escrevo, falo, penso. E mais — vivo com minha filha, que começou como bilíngue passiva (me ouvia desde a barriga!), virou simultânea e hoje é bilíngue de verdade. Aqui em casa, o inglês não é uma matéria — é parte da vida.

Então quando falo sobre bilinguismo, não é só porque li sobre isso. É porque eu respiro isso. Mas, calma, vamos por partes. Afinal: o que é ser bilíngue?


O que é ser bilíngue? Spoiler: não é só ter feito curso de inglês


Antes de tudo: ser bilíngue não é só saber pedir um café em outro idioma. Ser bilíngue é conseguir operar cognitivamente em duas línguas, mudando de uma pra outra com naturalidade, dependendo do contexto. A isso tradicionalmente chamamos code-switching (ou mudança de código linguístico).

Mas aqui vale um parêntese importante: durante a minha graduação, tive o prazer de conhecer o trabalho da pesquisadora Ofelia García. Foi na UEMS que assisti a uma palestra sobre sua teoria, e ali algo clicou pra mim. Para ela, o termo mais adequado não é code-switching, e sim translanguaging (translinguagem).

Enquanto code-switching sugere que o falante troca entre dois sistemas linguísticos distintos — como se desligasse um e ligasse outro —, a translinguagem entende que a pessoa bilíngue acessa um repertório linguístico único, fluido, cheio de nuances e afetos. Ela não troca de canal — ela mistura as tintas, escolhe a melhor cor pra expressar a emoção do momento.



Quer um exemplo?


"I know, mas é que esse tipo de coisa não se explica. You feel it, you know?"




Não é que a pessoa não saiba dizer tudo em português. É que, naquele instante, o inglês veio mais direto ao ponto. Mais sincero, mais emocional. Isso é translanguaging. É viver entre dois mundos — e saber que eles cabem dentro de uma só frase.


Ou, como diz uma frase que carrego comigo desde que comecei a estudar isso:

"O falante bilíngue não é dois em um. Ele é um só — com um repertório que mistura, adapta e cria sentido com liberdade."



AI - image - bilingual brain


Formas de bilinguismo


Existem várias formas de bilinguismo:

  • Bilíngue simultâneo: aprende duas línguas ao mesmo tempo, desde pequeno.

  • Bilíngue sequencial: aprende uma língua e depois outra.

  • Bilíngue passivo: entende bem a segunda língua, mas não fala com facilidade.

  • Bilíngue funcional: usa as línguas em contextos diferentes, com fluência adequada a cada situação.


Se você tem mais de 40 anos, é bem provável que tenha aprendido inglês num curso tradicional, com uma ou duas aulas por semana. Hoje, o cenário mudou: crianças estudam em escolas bilíngues com horas e horas de inglês por dia, ou até mesmo em escolas de imersão total. Isso influencia muito a maneira como o bilinguismo se forma.


O que a ciência tem dito sobre o cérebro bilíngue


Estudos científicos ao longo das últimas décadas indicam que ser bilíngue pode:

  • Aumentar a chamada função executiva (tomada de decisões, foco, resolução de problemas);

  • Melhorar a atenção seletiva e a memória de trabalho;

  • Estimular a plasticidade cerebral;

  • E talvez o mais curioso: adiar em até quatro anos o surgimento de doenças como Alzheimer, segundo estudos de pesquisadores como Ellen Bialystok e Sofia Garcia-Sierra.

Mas calma: nem tudo são flores. Alguns desses estudos não foram replicados com os mesmos resultados. O ponto em comum entre os estudos mais positivos é que os maiores benefícios aparecem em pessoas que usam com frequência as duas línguas. Não basta ter feito curso — tem que viver a língua.


Multitarefa neural: o cérebro que troca de idioma como quem troca de marcha


Falar duas línguas exige do cérebro um esforço constante. A cada frase, ele precisa decidir: qual idioma usar agora? Essa escolha, que pra muita gente parece automática, é na verdade um baita exercício cognitivo. O cérebro bilíngue ativa e inibe sistemas linguísticos o tempo todo. É como uma dança neural.

É por isso que se fala tanto em "malhação cerebral". O cérebro bilíngue é, por natureza, multitarefa. E isso, convenhamos, vale ouro num mundo onde agilidade mental virou habilidade essencial.


Aprender inglês não é ver vídeo de 15 segundos


Se você está aí, esperando se tornar bilíngue só vendo vídeos curtos ou ouvindo podcasts enquanto lava a louça… eu sinto dizer: isso é legal, mas é pouco. Aprender inglês de verdade exige estrutura, constância, prática e, acima de tudo, interação.

Aqui na Beetalking, não vendemos mágica. A gente oferece aula com prática, correção, contexto real e acompanhamento. Porque o objetivo não é só “falar inglês” — é se tornar alguém que pensa e resolve problemas também em inglês.



Conclusão: Falar duas línguas muda o cérebro, e muda a gente


O bilinguismo não é uma meta inalcançável. É uma jornada. E ela transforma. A ciência ainda investiga o quanto essa transformação pode adiar o Alzheimer ou melhorar sua atenção. Mas enquanto isso, uma coisa é certa: aprender outro idioma muda a forma como você vê o mundo.

E como dizia aquele ditado: “The best time to plant a tree was 20 years ago. The second best time is now.”


Aprender inglês é plantar sua liberdade cognitiva. E talvez até sua longevidade.

Bora começar?


Quer saber por onde começar? Conheça o curso BE — para quem parte do básico, mas quer chegar lá.



Ou envie uma mensagem e conte sua história. A gente aprende muito quando troca, não só quando estuda.




 
 
 

Komentāri


bottom of page